quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pequenas escolhas


Terminei de ler um livro sobre uma dentista colombiana chamada Gloria Polo que foi atingida por um raio em 1995. Ela “morreu” e retornou 2 vezes. Nesse meio tempo, ela conheceu o céu e o inferno, e teve seu julgamento O testemunho dela é surpreendente! Aos católicos, eu recomendo este livro E a quem mais quiser ler, claro!
Deixando um pouco “de lado” a parte mais religiosa mesmo da leitura, o que mais me chamou atenção no julgamento dela não foram somente as coisas que ela fez de errado, e sim o que ela deixou de fazer, as “pequenas” escolhas que ela fez.

Vou criar uma história como um exemplo p/ explicitar o caso: Você acordou com uma dor de cabeça danada que não passa com analgésico algum, e ainda tem que trabalhar. Ao entrar no carro, vê que o tanque está no reserva e você já está atrasado. Para em um posto p/ abastecer e seu cartão de crédito dá problema e você tem que dar um cheque. Eles não aceitam e você começa a xingar até a 5ª geração do frentista. Você pega o dinheiro na carteira que estava para depositar p/ outro fim e fica sem nada. Corre para o trabalho, tropeça no meio do caminho e machuca a perna. O ascensorista erra o andar do seu escritório e você já o olha com cara feia e resmunga um palavrão. Entra igual um furacão na sua sala p/ começar seu dia de trabalho e seu chefe o espera na porta com aquela cara mais “amável” e já lhe dá uma bronca. Você trabalha igual um burro de carga, almoça correndo qualquer coisa, manda a caixa do restaurante andar depressa com o pagamento e volta para o serviço p/ trabalhar mais e mais. Ao sair, você pega aquele engarrafamento e ainda tem que passar no mercado pra comprar os itens que estão faltando na despensa. A velhinha em sua frente tem dificuldade de contar o dinheiro e você esbraveja: Vamos lá, minha senhora, eu trabalhei o dia todo e ainda tenho que fazer jantar! – A pobre velhinha se afoba mais ainda, deixa cair as compras e você nem vê. Chega em casa acabado, mau-humorado e só com vontade de dormir. Isso se você não tiver  a sua espera um cachorro querendo passear e brincar, filhos querendo comer e brincar, marido querendo conversar e etc. No fim do dia você só quer deitar e fingir que aquela data nunca existiu.

Percebeu quanto essa pessoa da história interferiu na vida de uma porção de pessoas?
O pobre do frentista não tinha comido naquele dia, pois seus pais são dois velhinhos doentes que ele sustenta com muita dificuldade e gasta todo dinheiro em seus tratamentos e alimentação. O ascensorista não estava muito atento pois passou a noite toda com a esposa cuidando de seus gêmeos recém-nascidos e não havia ninguém p/ ajudá-los além do casal mesmo. Seu chefe precisava do seu trabalho pronto pois dependia dele p/ fechar um negócio que poderia abrir um novo mercado e novos empregos, e quem sabe, um pequeno aumento para todos os funcionários.
A doce velhinha já estava com a vista tão fraca que não enxergava direito os números nas notas, e algumas pessoas se aproveitavam disso tirando mais dinheiro dela, sendo que ela ainda trabalhava como doceira para poder pagar suas contas e seus remédios.

Esta pessoa fictícia que poderia ser qualquer um de nós, conseguiu deixar o dia de TODAS essas pessoas mais difíceis do que eles já estavam. Só porque ELA estava tendo um mal dia! E se ela tivesse num mal dia mas decidisse não tratar ninguém mal? O dia de todos não teria sido melhor?

Pense que a tal pessoa almoçou correndo, mas se alimentou. O frentista não. Ela chegou em casa e foi dormir, o ascensorista ainda ia ajudar a esposa com seus gêmeos. E ele ainda ficou feliz de chegar em casa e curtir sua família. O chefe chegou em casa e foi ajudar a esposa com o jantar, fazer tarefa com os filhos e ainda tentou adiantar o seu trabalho depois que todos foram dormir, p/ ter mais tempo para eles. A velhinha ao chegar, foi preparar sua encomenda do dia anterior sem ajuda de ninguém, mas agradeceu a Deus por seu trabalho e por poder comprar seus materiais com o suor do seu serviço.

Enquanto nós reclamamos que a SKY cai quando tem chuva (eu, por exemplo!), tem gente trabalhando debaixo de chuva. Que temos aquela baita louça p/ lavar após o jantar, tem gente que não teve o que jantar.

O pior não é o que fazemos. Mas o que omitimos. Esta pessoa poderia ter visto que no trabalho dela, uma outra funcionária teve uma idéia de fazer uma “caixinha” p/ juntar um dinheirinho p/ o ascensorista comprar fraldas para os bebês. E ela não ajudou, nem quis saber. A velhinha deu dinheiro a mais e o caixa não percebeu. Se ela tivesse ajudado-a a contar, ela teria comprado mais itens. Mas esbravejou com a senhorinha que se apavorou ainda mais.

Somos responsáveis por cada pequena reação e atitudes nossas. Coisas corriqueiras têm grandes impactos se não cuidarmos o que falamos, como nos portamos. E para quem acredita, seremos cobrados por Ele por essas ações. Todos temos dias ruins, épocas ruins...mas as outras pessoas não tem culpa! E muitas vezes (na maioria, aliás) tem problemas 5 vezes maiores que os nossos. E ainda dobram os joelhos agradecendo o que tem. E ainda ajudam o próximo!

Não estou dizendo p/ tentarmos resolvemos os problemas de todos, ajudar todos na rua, dando esmola, comida, ajudar tooodas as instituições de caridade ou gastar todo seu salário para doação. Não é por aí! Há formas de ajudar instituições sérias, pois há gente sim, que se aproveita da bondade do outro. Podemos ajudar no que estiver ao nosso alcance, e no que não estiver, rezar por aquela pessoa. Pelo menos, não estaremos nos omitindo diante do sofrimento alheio. Percebi que não é fácil! E quanta gente precisa de ajuda, apoio ou mesmo, oração. Não é p/ entrar no grupo “médico sem fronteiras” ou doar aquele par de sapatos que seu pai te deu de aniversário! Calma! É preciso equilíbrio!!!! Rs....

Porém...se cada um fizer um pouquinho, o pouquinho vira “muitão”!
O discurso parece ser meio “Miss Brasil”, mas é de coração. Essa parte do livro me tocou muito e me deu uma outra perspectiva sobre a vida.

Tenham todos um bom resto de semana!!!!!
Beijos!!!!!

P.s. Sei que eu estava sumida. Mas, andei meio dodói, Arthur também...dias corridos e longos! Mas cá estou, de volta!

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