segunda-feira, 9 de julho de 2012

Regionalismo

Depois de algumas mudanças de cidades, estados e escolas, colecionei algumas situações inusitadas com o tal do "regionalismo".
Vou exemplificar: No sul do Brasil, o pão frânces é chamado de cacetinho. O país inteiro vive pegando no pé do gáucho por conta disso. Mas não para por aí.
Lá você ouve coisas do tipo: - Teve uma "pexada" depois da "lomba". (Trauduzindo: Teve uma batida de carro/caminhão/ônibus e etc. após a ladeira.) Você faz compras de mês no supermercado, eles fazem "rancho" no "super". Criança lá não faz manha, faz balda. Morena na divisa do estado é "morocha". Doce de leite é "mumu", pois por muitos anos só existia essa marcar por aquelas bandas. E geléia é "chimia". E por aí vai...

Em Santa Catarina, logo que chegamos, fomos a uma papelaria comprar material escolar. E vimos uma senhora com o filho pedindo um "penal" a vendedora. E eu pensei: - Mas o que será isso? Será aquele livro de direito penal? P/ uma criança? Será que o menino é um gênio e já está na faculdade?. P/ minha surpresa, a atendente pegou um estojo! P/ eles estojo é somente de maquiagem, ferramentas e etc. 
Certa vez, meu irmão foi a padaria a pedido da minha mãe comprar um bolo "mármore", em alguns lugares o chamam assim. Nada mais é que o bolo preto e branco: mesclado. E a mocinha da padaria deu risada da cara dele dizendo que não tinha esse tipo de bolo. Ele ficou muito bravo e respondeu: - Então me vê um de granito. 
Bicicleta lá é "zika", pipa/papagaio é "pandorga", salsicha é "vina", lagartixa é "crocodilinho de parede"...e por aí vai...!

Aqui no sul de Minas, se uma criança vê uma pessoa comendo tal coisa, a pessoa precisa dar p/ a criança de qualquer jeito! Pois se não, ela fica "desconfiada"! De acordo com eles, a criança não pode passar vontade, pois se não dá lombriga na barriga, aí a "bicha" fica "revoltada" e pode dar dor de barriga e depois temos que levar a criança p/ benzer. Isso quando eles não dizem que quando ela fica doente sem "motivo" é porque está desconfiada. Imagine quantas vezes tive que sair correndo da frente dessas pessoas p/ não enfiarem comida de origem duvidosa goela abaixo do meu filhote. Uma vez uma senhora queria dar refrigerante p/ ele com 3 meses de idade, pois ela tinha medo dele "desconfiar". Eu perguntei a questionei se ela estivesse tomando um copo de Whisky se daria a ele também. Enfim...isso em Belo Horizonte e região é ficar "águado". Mas sem esse drama todo da lombriga, dor de barriga e etc...
Ninguém me dá um sapato da loja infantil mais cara pois meu filho pode ficar desconfiado! Sem graça isso...rs!!!

Enfim...essas diferenças nos fazem aprender e dar muita risada também! O que importa é curtir o local que se chega! Nunca chegar de "costas", sempre aberto ao que a cidade tem a oferecer! Fui feliz em todo local que morei, tenho boas lembranças, conheci muitos lugares...o saldo foi muito positivo!







Dancei e cantei um pouco de tudo: música gaúcha, alemã, sertaneja e etc. Meu sotaque é um salada com nomes e pronomes de cada lugar que passei. E graças a Deus, onde eu apontar no mapa do Brasil, tem alguém em algum estado de braços abertos p/ me receber...
Nosso país tem seus defeitos, seus percalços...mas é tão lindo! Tem gente que vive viajando p/ fora dele ao invés de conhecer a nossa própria riqueza! Que pena...não sabem o que estão perdendo!!!

Boa semana a todos!
Abraços e beijos!

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