quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Perder o hoje


Tem dias que a gente perde tudo: o horário de acordar, o ônibus p/ o trabalho ou p/ escola. Perde-se um relógio, um brinco, uma chave uma caneta. Ficamos horas tentando achá-los. Se não encontramos-a nos enfurecemos, xingamos, lamentamos. Algumas coisas são de estimação, como uma jóia, um objeto ou um retrato. Outras são urgentes pelo trabalho, uma planilha, um documento. Lá se vão horas de empenho jogadas no lixo.

Quanto coisas favoritas, não resta muito a fazer, somente a seguir em frente. São coisas.

Mas o que não podemos perder é a vida. Deixar de aproveitar um momento com a família por causa do trabalho excessivo ou por um jogo de futebol. Perder um jogo de futebol por causa do trabalho. Deixar de fazer um jantar romântico p/ o parceiro por falta de tempo. Deixar de tomar um sorvete ou uma pizza por falta de dinheiro.
Largar alguém de lado p/ se concentrar nos próprios interesses.
Deixar de se embelezar só por não ter p/ onde sair.
Deixar de comer algo bom só por estar de dieta.
Deixar de ir a uma festa por preguiça de se arrumar.
Deixar de comemorar aniversários ou qualquer outra data importante só porque “repete todo ano”.

Não se pode perder a capacidade de se maravilhar com as coisas: com uma chuva fininha no final da tarde, um belo pôr-do-sol depois de um dia difícil. Um arco-íris depois da tempestade. Um sorriso de criança ao te ver. Emocionar-se com belas histórias ou músicas.
Um abraço inesperado. Sua música preferida tocada na rádio.
Um lanche delicioso p/ saciar a fome do estômago e da alma.
Um encontro a toa com os amigos. Uma bela risada, aquela de doer a mandíbula.
Sonhar com algo agradável.

Enfim, quando se perde coisas como essas, se perde tudo. Não se é capaz de viver, somente sobreviver, ir empurrando os dias com a barriga.
Já dizia a frase: “Muitos homens morrem, mas poucos vivem.”

O que será que já está “morto” dentro de nós e ainda não percebemos?
O que você fez HOJE de magnífico? De especial?
Não precisa pular de “bungee jump” todos os dias, pegar uma baita onda, ou mesmo viajar p/ a Europa.
Como diz na propaganda: “qual o seu momento delícia?”
O que te fez rir hoje? O que te fez pensar, refletir e crescer?

Se você não teve nenhum momento como esse, ainda dá tempo.
Ainda sim, se você não tiver nenhum, está faltando gente especial na sua vida, ou novas oportunidades.
E se seu dia foi cheio desses pequenos “momentos delícia”, parabéns! Você é um(a) sortudo(a) por saber curtir cada pedacinho da vida e do seu dia. Faz cada dia ser único.

Não deixe “morrer” nada em você. Não ligue se os outros te acham uma louca por cantar uma música sozinha no seu carro. (como eu, hoje: OLHOS FECHAAAAAAAAADOOOOS, P/ TE ENCONTRAAAR!!!!) Você nem conhece essas pessoas. E as que te conhecem, devem saber que você não bate muito bem (pelo menos eu não bato!).


Arrisque-se!
Diga a alguém que você a ama, mesmo que a pessoa já saiba. Diga a ela que sua vida sem ela seria uma porcaria.
Faça as pazes com alguém. Vá visitar alguém. Ore por alguém que você não gosta ou que te magoou.



Mas não deixe morrer em você a alegria, a compaixão, a fé, a emoção e a paixão.
Não sabemos se teremos o amanhã p/ fazer tudo isso.
O amanhã pode nunca vir, seja p/ nós ou p/ aquele(a) que deixamos de falar tal coisa.
Talvez amanhã o circo da sua cidade já tenha ido embora. Aquela festa que você queria ir já foi no fim-de-semana anterior. Aquela peça de tetro já saiu de cartaz. E aquela pessoa especial se mudou o partiu p/ a outra vida.

O amanhã é MUITO tarde. “Ontem foi passado. O amanhã é incerto. Hoje é uma dádiva”.

CARPE DIEM!

Beijos!

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