Círculo Militar da Vila Militar - 1989 - Minha mãe, minha irmã (colo) e eu. |
Com ela aprendi que nós fomos a melhor presente da vida
dela.
Que um cartãozinho simples, com um desenho, enchiam a porta
da geladeira e vida dela de alegria.
Que nem sempre íamos gostar dela, pois ás vezes ela
precisava ser dura.
Que o cheiro dela é o mais gostoso de todos. Uma mistura de
hidratante corporal com bolo.
Que não importa quanto ela arrume nossos cabelos p/ a
escola. Eles sempre voltam soltos e descabelados.
Que os piolhos me adoravam a todo ano de epidemia na escola.
E ela catava um por um.
Que quando eu ficava doente, com pneumonia (e foram “apenas”
12), ela ficava com olheiras e ao meu lado, na cama do hospital. Mas que quando
eu melhorava, parecia que tinha ganhado na mega-sena!
Que menina não deve sentar de perna aberta quando está de
saia.
Que eu amava minha irmãzinha mesmo brigando com ela, rolando
no chão agarrando-a pelos cabelos e dizendo que eu não gostava dela. E que no
futuro íamos ser melhores amigas.
Que meu irmão devia sempre nos proteger, afinal, nós éramos
menores que ele, mais frágeis e mulheres. E que ele nunca devia bater nas
mulheres. Que se fosse p/ bater na gente (pois nós provocávamos o coitado), ela
mesmo batia.
Que arremesso de sapato de salto alto a distância dói mais
que a surra que eu tentei fugir ao morder a cabeça da minha irmã.
Que clara em neve deixa o bolo mais fofinho.
Que eu sou muito mais bonita do que penso que sou.
Que eu devia tentar ter parto normal, pois no mesmo dia a mãe
já está de pé. Pois ela teve cesárea e a recuperação foi dolorida. (Bem que eu
tentei, mas não rolou!)
Que eu nunca deveria aceitar a opinião do 1º médico. Pois por
mais que eles dissessem p/ interromper (sim, abortar) as gravidezes minhas e
dos meus irmãos, ela não o fez. Pois acreditava em Deus e que nós íamos nascer
saudáveis. Ela procurou até achar um
corajoso como ela disposto a zelar pela vida.
Que quando Deus traça o destino, não tem como escapar. Ela
sonhava em ser freira, mas conheceu meu pai e deu no que deu. Deus tinha outros
planos p/ ela! (Ainda bem, pois se não eu não estaria aqui!)
Que sabia que eu ia pagar caro por não estudar quando
deveria, que depois eu ia ter que correr atrás do prejuízo.
Que ela sabia que meus ex-namorados iam acabar me magoando. Mas
deixou-me ver isso sozinha p/ não me obrigar a terminar por que ela queria.
Que ser pedagoga é a minha cara mesmo.
Que quando eu falava que nunca ia me casar com militar,
dizia: -Eu também disse isso e olhe aí!
Que sabia que meu namorado seria meu marido um dia. Que era “o
homem certo p/ a minha filha”.
Que pedir desculpas, por mais humilde que seja, não apaga a
mágoa. Mas é bom saber pedir.
Que é preciso pensar, 2, 3, 4 vezes antes de falar, p/
depois não se arrepender por falar demais.
Que é preciso ser forte sempre! Pois quando ficou doente, não
se deixou (novamente) se levar pela opinião dos médicos. Ela ia sobreviver p/
ver os filhos casando, formando e segurar os netos.
Mamãe, eu e Arthur com 8 meses de gestação. |
Que ás vezes a mamãe também chora sem saber por quê. Que
também sente medo, raiva, solidão. E que ela pode surtar de vez enquando,
porque não?
Que encontrar o homem da nossa vida e como se ele sempre
estivesse conosco. É difícil imaginar a vida sem ele.
Que no dia do meu casamento, quem deveria entrar comigo era
só meu pai, pois esse é o momento dele.
É achar o máximo visitar a casa da filha pela primeira vez!
É chorar de alegria com pulos ao saber que foi promovida avó.
É sentir doer a mama a me ver amamentar. (-Mãe, porque você
não me disse que doía tanto? – Eu disse, filha, mas você não acreditou!)
É compor uma música única e especial p/ o neto dormir.
É ligar todos os dias p/ ver se melhorei da crise de asma.
É cuidar de mim mesmo aos 28 anos, como se eu ainda tivesse
apenas 3.
Que tudo o que eu fizer pelo meu filho, vai valer a pena.
Mãezinha: feliz dia das mães. Te amo, te admiro e me espelho
em você!
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