Esses dias eu falei sobre a
infância...hoje vou falar sobre a adolescência!!! Ah... que fase! Pobres dos
nossos pais!!! Rs... Pelo menos dos meus eu tenho pena!
Eu fui a adolescente típica:
rebelde e dramática!
No quesito que eu dava mais
“trabalho” era o de não estudar. Pois é...era minha única obrigação e ainda
assim eu não o fazia! Hoje em dia me envergonho tanto... que nem sei como vou
falar p/ meus filhos que eu era uma péssima aluna. Ainda bem que tem o Gustavo
como bom exemplo.
Além disso, eu me achava “a vítima”
do mundo! Meus pais me diziam: - O problema de vocês (incluía meus irmãos nessa
hora também) é não ter problema sério! – E era verdade! Nós tínhamos tudo! Pais
amorosos e presentes, comida farta todo dia, roupas, diversão, sempre estudamos
em escolas particulares e etc. Ninguém tinha que acordar cedo, ir a pé p/
escola, andar 4Km, ou trabalhar p/ sustentar a casa e estudar à noite. Do que
podíamos reclamar?
Mas reclamávamos! Rs... Se
brigássemos com uma amiga, era o fim do mundo! Se a amiga gostava do mesmo
menino, era guerra! Se outra pessoa implicasse com a nossa amiga (podia ser a
mesma que quis “roubar” o pretendente, mas na hora virava amiga novamente) se
tornava um complô! Tudo era muito cheio de “emoção”!
Uma espinha era a morte!
Sabíamos todas as músicas e coreografias da “moda”. E a roupa nos definia!
Falando em música, em Campo Grande-MS
onde morei (e amei), todo mundo me conhece por ser aquela garota fanática por
Aerosmith! Até hoje tem gente que me diz: - Ouvi
Aerosmith e lembrei de você! - Rs...
Nos achávamos feias e gordas, mas
levantávamos a auto-estima da amiga! (Gordas e feias aonde? Éramos lindas!). Podíamos
comer sem culpa, não fazer exercício físico algum e não nos preocupávamos com colesterol, glicose e cia!
Quando desabafávamos umas com as
outras, era uma terapia em grupo, pois nossos pais “não nos entendiam”!
Ai ai...sem comentários! Rs...
Minha mãe uma vez me perguntou: -
Filha, o que você pensava na época? O que passava na sua cabeça p/ você agir
daquele jeito, não estudar, nos confrontar? –
E eu respondi a ela: - Mãe, não
passava NADA na minha cabeça! Eu não pensava! Se eu pensasse, raciocinasse, eu
não seria adolescente, eu seria uma adulta! – Rs...
Eu não tinha noção de futuro, não
me importava se minhas ações prejudicariam ou não mais p/ frente. O máximo de
futuro com que eu me preocupava era a festa no fim-de-semana! Rs... o futuro
era algo muito distante, quase “ausente”! E como se eu estivesse presa somente
àquele presente e mais nada.
Eu não tinha idéia o quanto era
custava caro ao meu pai manter 3 filhos na escola. Eu não estudava, pois aquilo
p/ mim, não servia de nada! Eu nem sabia o que era vestibular! Eu nem sabia o
que eu ia fazer da vida! E eu nem imaginava que eu teria que ter boas ações p/
mostrar aos meus filhos qual caminho seguir!
Bem...ao menos sirvo de mal
exemplo! Rs...
A verdade é que o adolescente está descobrindo a "liberdade", que a vida é "dele", então ele é quem sabe dela! Ninguém mais! O confronto com os pais é comum, pois ele precisa lutar contra alguma coisa, pois não se conforma do mundo ser como é! Apesar de isso chatear os pais, é normal, faz parte do "pacote", os hormônios muitas vezes são os culpados! Rs... Claro que tudo tem um limite! Não vale ser Suzane Richthofen! Discutir idéias, argumentos tudo bem, mas desrespeitar pai e mãe não! Pois eles cuidaram de nós a vida toda, têm o direito de decidir várias coisas das nossas vidas. Mas, infelizmente só sabemos o que eles fizeram e o quanto se esforçaram p/ nos criar quando nos tornamos pais. Até lá...os pobres aguentam as rebeldias!
O meu consolo, que por mais
trabalho que eu tenha dado aos meus pais naquela época, hoje me sinto feliz por
dar a eles orgulho!
Depois de repetir 2 anos (Sim,
repeti duas vezes o 2º ano!), eu tomei vergonha na cara! Uma hora eu tinha que
tomar, não é?
O 1º ano que repeti não me
envergonhei tanto, afinal, era só 1 ano...e eu ainda assim, não estudei nada!!!
Mesmo repetindo! Aí, quando repeti pela 2ª vez, foi como se algo dentro de mim
dissesse: - Cara, toma vergonha nessa
cara! Você só sabe dar vexame? –
Me mudei p/ Blumenau e comecei o
supletivo! Eu era a melhor aluna da sala!
Passei se 1ª no vestibular p/
pedagogia na FURB (Fundação Universitária Regional de Blumenau) e em 15º lugar.
Depois, fomos p/ Brasília e eu fui transferida p/ a UnB (Universidade de
Brasília). Nas duas universidades eu nunca tirei nota menor que 7. No último
semestre, tirei nota máxima no TCC e fui indicada a um mestrado. Mas não quis
fazer pois já estava de casamento marcado! (Aliás, mestrado é uma coisa que não
penso em fazer tão cedo! Ainda quero estudar e trabalhar mais!)
Viu? Eu tinha salvação! Rs...
Minha mãe, depois dessa
“experiência” traumática, vive consolando mães de adolescentes quanto ao
comportamento deles! Diz que é uma fase, que vai passar, que eles precisam ser
firmes e pacientes!
Eu disse a ela que nós duas
tínhamos que dar palestras p/ os pais nas escolas sobre isso. Pois eles devem
pensar: - Meu filho vai virar hippie! Nunca vai conseguir um emprego! Não tem
responsabilidade, como vai ser um bom pai/boa mãe? – Existe salvação!!!
Apesar dessa fase não ser muito “afortunada”
aos olhos dos pais, um coisa que marca p/ o adolescente são as amizades.
Mais da metade dos meus padrinhos
de casamento foram amigos que conheci nessa época.
Como os laços são firmes! Como o
sentimento ainda é grande! Eu me sinto com 14 anos todas as vezes em que estou
com eles. É como se eu não tivesse me formado, ou casado ou tido filho...vou
dos 27 aos 14 fácil fácil! Revivemos os momentos, dançamos e cantamos as mesmas
músicas...é uma máquina do tempo tão prazerosa!
Naquele vídeo do “Filtro solar”
tem uma frase que diz assim: “Quanto mais velho você
ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem.”
E é verdade!
Talvez por que elas ajudaram a
“construir” a pessoa que você é hoje. Talvez porque nessa fase tudo era tão
forte, tão emocional, tão intenso, que você os amou como nunca vai amar de novo
um novo amigo. Talvez porque você tenha mais sinceridade com eles do que tem
agora, não por falsidade, mas é que a maturidade nos faz mais fortes por um
lado, não nos “permite” nos abrir tanto e de agüentar mais coisas. Expor os
sentimentos é sinônimo de “fraqueza”.
Porém, aquele lado “frágil” que
deixávamo-nos chorar a vontade, sem ter vergonha, chorar abraçados aos amigos,
talvez, nunca mais volte. Nunca mais consigamos agir daquela forma. Até mesmo,
por aqueles fiéis amigos não estarem por perto. Pois com eles, podemos contar.
Dois dias antes do meu casamento,
eu estava num bar com vários amigos e meu marido. Chorei de tanta alegria por
reencontrar aqueles amigos maravilhosos que não via há anos! Alguns eu não via há
10 anos!!!! Pois eles estavam ali por mim!
Como eles me fazem me sentir
especial! Sou muito grata a eles por isso!
Eu tenho uma frase que é assim: - Amigo é aquele em que você pode bater na
casa dele às 2h da madrugada que ele te atenderá e te ajudará! – Que bom
que posso bater em várias casas!!! Rs... Na rua eu não fico!!!!!
Adolescência...ô saudade!!!
Bom resto de semana
a todos, amigos!
Beijinhos!
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