quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Minha vida cigana


Essa semana postei uma porção de fotos no meu facebook da minha infância e adolescência. Algumas não “tão” antigas, quando eu ainda tinha meus 20 e poucos anos!

Como é bom ter coisas boas p/ relembrar!
Olhamos as fotos e dizemos: - Céus, como eu usava um cabelo feio! E essa roupa, credo! - Mas na época era o "auge" da moda. Depois vemos que o senso de moda e de ridículo vem com a idade! Rs... Tudo bem que algumas pessoas ainda não possuem este senso! Rs...
Algumas músicas da época que gritávamos, berrávamos na casa dos amigos, no chuveiro, em casa no nosso momento "autista", nos shows, no vestiário e etc...hoje nos dão vergonha! Nossos filhos vão ouvir e dizer: - Cruzes, pai/mãe, você ouvia esse lixo? - Com certeza eles terão o "lixo" de sua geração! Mas tinha muiiita música legal também, vamos combinar!

Meu pai é militar e por isso mudamos bastante de cidade. Eu nasci em Resende-RJ em 1985, morei lá até final de 86. Em 87 fomos p/ o Rio de Janeiro –RJ e ficamos lá até 91. Em 92 e 93, moramos em Santa Cruz do Sul – RS. Voltamos em 94 p/ o Rio de Janeiro e ficamos até final de 97. Em 98 fui p/ Campo Grande-MS, cidade em que AMEI morar. Infelizmente, só fiquei lá até outubro de 99. Depois fui p/ Brasília, que também amo de paixão! Passei só 1 ano e 2 meses lá e nos mudamos p/ Resende, ficamos lá 2001 e 2002. Em 2003 fomos p/ Blumenau-SC, em 2005 voltamos p/ Brasília e eu fiquei lá até me casar no final de 2007 e vir p/ Minas Gerais. E cá estou! Aliás, por enquanto...ano que vem vou p/ o Rio...de novo! Rs...

Tem gente que quando ouve esse meu histórico de mudanças diz: - Credo! Coitada de você! Como você agüenta? – Sério...eu não sei como as pessoas conseguem morar a vida INTEIRA em uma cidade e nunca se mudarem! Eu sei que o comum é isso, criar raízes num só local. Mas me acostumei a ter raízes “móveis”! Meu lugar é onde meu coração está. E ele está em todos esses locais que eu morei!

Ouvi uma vez de não sei quem: - Você nunca pode chegar “de costas” num local. Tem sempre que estar aberto. – E é verdade...se você chegar numa cidade falando: - Eu vou odiar morar aqui! – Vai perder tempo odiando ao invés de aproveitar.
Tudo bem que eu já disse isso várias vezes e saí chorando! Eu queria ficar morando na outra cidade que deixei (como eu não sei!) e que se dane a “atual”.
E jurei que NUNCA me casaria com militar...mas heim? Rs... Tudo bem...acontece! Minha mãe também fez essa promessa e olhe aí!
Jamais diga nunca!

Campo Grande marcou minha vida mais do que qualquer outra cidade. Eu tinha vindo do Rio, onde adorava morar, adorava a escola e os amigos de lá. Mas no prédio onde eu morava, tinha algumas pessoas “legais” que se achavam melhor do que eu e gostavam de aprontar umas maldades. E até hoje me pergunto porque. Alguns me achava “criançona”...tipo: 12 anos é MUITO adulto, não? Outros me achavam feia. Seja lá qual for o motivo, isso ficou marcado, muito marcado, afinal, o que qualquer pessoa do mundo quer é ser aceito. E em CG essa aceitação foi logo de cara.

Saí do Rio, de CG, de Brasília e de Resende chorando! Cada transferência era uma tragédia grega! Mas, se for pensar bem, você não sai chorando de um local que não gostou, certo? Alguém sai feliz do banco, por exemplo? Claro que não! Lá você só vai p/ pagar suas contas e dívidas, já viram alguma pessoa cantarolando no banco coisas do tipo: - Todo mundo tá feliz! Tá feliz! – Eu não conheço ninguém.

Então, eu só saí chorando dos locais que adorei morar, que fiz amizades, que tive bons momentos e etc.

Confesso que só de pensar em mudança eu já me lembro do barulho daquelas fitas durex largas...me dá até arrepio. Contando, ao todo, foram 16 mudanças. 9 colégio e 2 universidades. Pois ás vezes, na mesma cidade mudávamos de casa e de escola.
Chegamos ao tempo recorde, minha família e eu de “desmontar” a casa em 2 dias e montá-la em 3!!! Coisa de profissional, não é? Fala sério!



E todo local que chegávamos, queríamos conhecer de cara o clube, a escola, o shopping, os amigos. No início esta adaptação é sempre difícil, graças a Deus meus irmãos e eu somos muito unidos e amigos, podíamos contar com a presença e companhia uns dos outros. Tenha pena dos filhos únicos nessa ocasião. Pois costumamos a chegar em dezembro ou janeiro na nova cidade, então está todo mundo viajando, de férias ou se mudando como nós, seja partindo, seja chegando.

Eu ficava louca p/ ver o uniforme novo da escola e os materiais escolares. E onde seria nosso quarto (minha irmã e eu sempre dormíamos no mesmo).

Em cada local "curtíamos" a cultura específica! Dançamos música gaúcha no sul, fomos a Oktober Fest em Blumenau, escutamos o sertanejo que os Campo Grandenses tanto gostam, o samba no Rio e por aí vai. Tão rico nosso Brasil, não é?!

Enfim...que venham as caixas agora em dezembro! Quero sentir “novos ares”, gosto de coisa nova, sabe? Essa vida meio caramujo cigano acostuma-nos mal p/ caramba! Depois colocamos o marido, a esposa e os filhos loucos por que quer mudar a decoração da casa toda hora. Se não te como mudar de cidade, muda-se o local, não é?

Boa semana a todos! Bom feriado!
Beijocas!

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