Essa semana aconteceu um episódio que me “testou” um, bocado.
Já contei este caso no meu facebook mas vou repeti-lo aqui p/ uma melhor explicitação.
Domingo voltamos da casa dos meus pais, desfizemos as malas,
nos arrumamos e fomos a uma pizzaria que sempre frequentamos. Até mesmo por
conta da brinquedoteca dela, é perto das mesas, temos uma visão ampla do que
nossos filhos estão aprontando. Pois Arthur estava meio jururu de ter que
deixar os vovôs, o levamos até lá p/ que ele pudesse se distrair!
Estávamos esperando a pizza chegar e vendo Arthur brincar. Ele
pede um desenho a monitora e senta-se p/ colori-lo. Ele fica bem quietinho,
quando duas meninas dos seus 7 anos sentam-se ao seu lado e começam a colorir
seus desenhos também. Elas vêem Arthur colorindo “daquele” jeito que criança
nessa fase o faz, tudo rabiscado. E começam a tirar o desenho dele p/ ensiná-lo
como pintar direito. Mas como ele ainda não entende, assim que elas devolvem o
papel a ele, ele continua fazendo do jeito que ele sabe. Elas tomam a pegar o
desenho, rabiscam e devolvem a ele.
Nisso eu estou olhando do lado de fora, esperando dele
alguma reação, alguma defesa. Mas ele nada faz, só fica olhando. Aos poucos a
carinha dele foi mudando p/ um rostinho choroso, e as meninas, por não ter a
resposta que queriam, começam a gritar com ele e tirar o papel de sua mão cada
vez com mais força. E ele começou a querer chorar.
Lá pelas tantas, não aguentei! Me levantei da mesa,
fui até a brinquedoteca, abaixei, pedi licença a um das meninas e peguei o
desenho de sua mão e dei a Arthur. Virei p/ ela e disse: - Deixe ele desenhar, por favor, pois esse desenho é dele.
Uma delas me disse: -
Mas ele não pinta direito! Ele não aprende!
Eu respondi: - Sim,
pois ele só tem 2 aninhos, é pequenininho. Ele não sabe pintar direito. Quando
vocês eram pequenas como ele também desenhavam assim.
Assim que ele me viu, abriu o berreiro! Eu o peguei, levei-o
p/ a mesa, dei suco, um pãozinho de alho que ele gosta e depois mais calmo, ele
voltou a brincar. Acabou que depois as meninas se acalmaram também e
deixaram-no quieto.
Creio que nos só nos conhecemos mesmo quando nos tornamos
pai e mãe. Uma vizinha minha, a Terezinha, me disse uma vez: Filho revela o pior e o melhor de uma
pessoa.
Pois você se estressa, acaba gritando, aloprando ou berrando
com ele(s), se descontrolando, chorando e etc. Mas é capaz de mover continentes
p/ vê-lo feliz e saudável. Você testa seus limites ao máximo! De paciência e de dedicação!
Qualquer noite mal dormida acabava comigo. Eu adorava dormir
até tarde! Arthur adora acordar cedo! Posso ficar o dia inteiro cansada, mas
faço tudo o que tenho que fazer, pois tenho meu filho como prioridade.
Se alguém ousa intimidar seu filho, você vira uma leoa! Esquece
educação, classe, tudo! Se estiver armada na hora, sai da frente, pois se não
leva um tiro na fuça!
O instinto de proteção é tão grande que ganhamos aquele “faro”
assim que saímos da maternidade: o sexto sentido.
Você sabe exatamente quando seu filho não está bem, ou se
alguém se aproxima dele p/ fazer alguma maldade.
Esse instinto de proteção não termina assim que a infância
tem fim, ele dura o resto da vida. Creio eu, que dure até a eternidade, pois
asseguro que tem muitas mães e muitos pais que do outro lado da vida, cuidam de
seus filhos e netos intercedendo por eles.
Acontece que não há como protegê-los sempre! Por mais que
queiramos.
Eles vão ter que aprender a se defender, a brigar se
preciso. Vão ter que travar suas próprias batalhas diárias e dificuldades.
Se formos atender em tudo o que eles precisam, não vamos
criar uma pessoa independente e bem resolvida. Vamos criar um adulto frágil
demais, suscetível a qualquer queda. Incapaz de se levantar, sacudir a poeira e
seguir em frente. Superprotegê-los é doença! É deixá-los despreparados, alheios e vulneráveis ao mundo, suas peças, seus perigos e até suas coisas boas! Pois têm pais que não deixam seus filhos saírem p/ uma festa com medo que se droguem ou estuprem! Calma aí!!!! Depende de quem vai, com quem vai, onde é, as companhias. E é necessário dar aquele voto de confiança também nem toda criança ou adolescente é "maria vai com as outras"!
Temos de educar os filhos p/ o mundo. Temos que deixá-los
crescer! Saber que mesmo que p/ nós, eles sejam nossos eternos bebês, nossas
eternas crianças. Podemos olhá-los e vê-los neles aquele menino de skate, bola
de futebol todo ralado, aquela menina de vestidinho, segurando a boneca e
brincando de casinha.
Não tem sentido tratá-los como crianças pelo resto da vida. É
preciso dar responsabilidades a eles, votos de confiança! Tem que deixar sair com os amigos, namorar, festejar, mas tudo com limites, regras, horários! Pois afinal, todo local de trabalho e estudo tem isso, não é? Disciplina! Têm de ser aplicada em tudo!
É preciso fazer com que aprendem a se vestir, comer, dormir e brincar
sozinhos. Assim como a comprar um pão, depois, ir p/ escola e dirigir.
Aprender a cuidar de uma casa, cozinhar e se cuidar quando
está doente. Mas também aprender que pedir ajudar não é sinal de fraqueza, mas
sim de confiança no outro.
Afinal, o mundo gira, um dia precisamos do outro e depois o
outro precisa de nós.
Aprender a dialogar, conversar, não evitar tudo com brigas e
choros. Aprender a ouvir não, a ser contrariado e não aquele “ser” que é
acostumado coma frase: “seja feita a
vossa vontade”!
Encarar os problemas, não evitando-os, ignorando-os ou
deixando p/ mais tarde! O problema está aí e tem que ser resolvido agora.
Creio que o mais difícil p/ os pais é ver seus filhos
escolhendo caminhos errados e tortuosos.
Os criamos p/ ser direitos e honestos, e eles se metem com
companhias ruins, drogas e bebidas. Educamo-lo p/ respeitar a todos, e eles se
divertem e magoam rapazes e moças.
Ensinamos o quanto é preciso maturidade p/ começar um
relacionamento sério, e muitos arrumam o primeiro traste que vêem pela frente,
se apaixonam e deixam os pais de lado na primeira oportunidade. Quando o
relacionamento acaba, adivinha quem volta p/ casa de coração partido? E são os
pais que acolhem com o amor.
Ainda não tenho Arthur nessa idade, porém, vejo com a experiência
dos meus pais. Quantas vezes tomamos atitudes, falamos coisas e depois nos
arrependemos amargamente. Ah se tivéssemos dado ouvidos a eles! Como nossas
vidas teriam trilhado um caminho menos pedregoso. Mas na época, achávamos tudo “chato”!
É...daqui há alguns anos eu serei a “chata” p/ meus filhos. Rs...!
Que se dane! Hehehehe! Pai e mãe de verdade têm que ser
chato mesmo! Pais muiiito bonzinhos criam delinquentes!
Não é possível protegê-los o tempo todo. Resta-nos orientá-los
bem, com amor, disciplina e fé. Se eles tomarem outros caminhos, infelizmente,
não só ele, como todos pagaremos o preço. Pois uma escolha errada afeta muita
gente, não só a pessoa que escolhe.
Só nos resta rezar, rezar, rezar e rezar muito! P/ que Deus
nos dê sabedoria p/ criá-los bem!
Beijos a todos e boa semana!
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