quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Live and let die


Sei que muitos leram esse título cantando e ouvindo ou solos de guitarra do Slash dos Guns’n’Roses! Rs...prefiro essa versão do que a original do Paul McCartney.

No post passado escrevi sobre o amor, este também é neste sentido, mas se trata da parte mais difícil de amar: partir! Alguns me questionarão: Como assim partir? Quem ama não deixa o outro! Depende...e sim, amar também é deixar partir. É que nem aquela frase de caminhoneiro: “Deixo livre as coisas que amo. Se elas voltarem é porque as conquistei, senão porque nunca as tive.”

É por aí mesmo. Quando minha família e eu estávamos organizando o meu casamento e de Gustavo, volta e meia, entre decisões de flores, buffet e convidados, meu pai me olhava com o olhar triste e me dizia: Larissita, não vai embora não! A gente faz a festa e tal, tudo bonitinho, mas você fica com o papai! Ou ele dizia: Você vai me abandonar!

Teve uma noite, nesta época, que ele sonhou que meus irmãos e eu tínhamos saído de casa, os três ao mesmo tempo. Ele acordou, contou-nos do “pesadelo” e disse: Ninguém vai embora não! Vai todo mundo ficar com o papai e com a mamãe p/ sempre!
Pois nesse mesmo ano em que me casei, eles se mudaram p/ o exterior (Venezuela e depois Argentina) e meu irmão ficou em Brasília p/ estudar. Eles foram somente com minha irmã.

Imagine só o quão difícil é: você espera um filho, cria-o, perde noites, se dedica, educa, como disse uma amiga da minha mãe: põe aparelho no dente! Rs...! E aí, ele sai de casa, te deixa, como assim? Ou como disse meu pai na época: Vem um aventureiro e leva sua filha embora! Deve ser difícil demais!

Claro que ainda faltam muitos anos p/ Arthur começar a pensar em sua profissão e/ou se casar, mas na infância deles, também é complicado em alguns aspectos deixar o filho ser independente.
Por exemplo, eu achava muito bonitinho Arthur de chupeta, ele ficava com carinha de neném! Porém, tive que tirá-la, foi duro, pois ele dormia só com ela. Mas ele precisava “sair” dessa fase.
Outra coisa foi passar do berço p/ cama. Foi aí que me toquei que ele não era mais um bebê! E isso é um porre! Porque p/ mim, ele ainda é um bebê. Acho que até hoje p/ meus pais eu sou um bebê! Enfim, ele foi p/ a caminha, feliz e contente.
Exemplo número 3: eu adoro dar comida a ela, mas ele tem que aprender se alimentar sozinho. Muita coisa ele já come por conta própria e eu deixo, afinal, ele mesmo já sacou que está grandinho p/ algumas coisas!
Ontem mesmo ele foi puxando a mochila daqui da porta do prédio até a escola, não m deixou levá-la como normalmente faço, nem quis ir no colo. Como assim????
E eu...eu estou tentando aceitar aos poucos que ele não vai ser bebê p/ sempre.
Ele precisa saber se virar!
Quando ele começou a ir p/ escola eu tive que me acostumar com a sobre de tempo e falta dele em casa...mas...ces´t la vie!

Como adoro filmes da Disney, vou ter que citar os casos: quando Aladdin libertou o gênio, quando Tritão deixou sua filha ser humana p/ se casar com o príncipe Erick. Desde crianças percebemos que deixar ir faz parte da vida, por mais duro que seja p/ a pessoa que deixa partir.
Entretanto o outro que se vai também sofre: e se eu não for feliz? E se for totalmente diferente do que imagino? E se eu não obter sucesso?

Quão duro também é deixar antigos hábitos p/ trás: comer demais, fumar, beber, e etc. Um amigo dos meus pais, ex-fumante, diz que uma das coisas que ele mais sentia falta de fumar, era de ir p/ a varanda, acender seu cigarro e ficar ali, refletindo, relaxando...

Porque nos apegamos tanto as coisas ou da idéia que temos sobre elas?
Porque é tão difícil mudar?
Pois o que já sabemos nos trás conforto. A diferença e a incerteza é o que nos ameaça, nos faz tremer.
Se estamos em casa sozinhos, e ouvimos um ruído estranho, logo imaginamos coisas terríveis: um ladrão ou alguma assombração. Ás vezes é só o vizinho caminhando ou um cachorro ganindo na rua.
Quantas vezes quando crianças perdemos, a noção do tempo brincando na casa de amigos ou na rua e chegamos em casa com nossos pais com “aquele” olhar furioso. Nós não entendíamos porque, mas quantos medos deviam passar na cabeça deles: será que meu filho desapareceu? Alguém o seqüestrou?

A incerteza é o pior dos medos. Elas nos cega diante do desconhecido. Quantas vezes perdemos grandes oportunidades por medo. Ou quando enfrentamos aquilo que é inseguro e depois descobrimos que nem era tão difícil; até mesmo, quão maravilhoso pode vir a ser fazer algo diferente.

No caso de deixar ir, partir ou crescer, ficamos pensando: será que meu filho ainda vai ser apegado a mim quando for maior? Será que se ele fizer aquela viagem p/ o exterior, vai voltar p/ casa ou nunca mais o verei? Será que essa festa na casa dos amigos vai ser segura, ou vão fazer mal a ele? Será que ele/ela vai saber se virar sem mim? Quem vai cuidar dele quanto doente? Será que ele/ela vai ser feliz no casamento, na profissão?
Afinal, é um hábito também. Você acostuma com a presença da pessoa durante anos. E do nada, ela parte e deixa aquele vazio no quarto, na mesa do almoço, no lugar dela no carro, no sofá na hora de assistir um filme.

Essas mil perguntas rondam a mente das pessoas diariamente, e fica aquele vazio e aquela questão nunca respondida: e eu (pai/mãe) como ficarei sem ele/ela?

Robbin Willians do filme “Gênio Indomável” conta sobre a falta que sua esposa faz a ele com muito amor, mas ele se concentra em uma parte em especial: quando ela soltava puns durante a madrugada. Rs!!!!

Pior vazio da falta do outro que está longe é o vazio daquele que nunca vai voltar. Esse é o mais doloroso. Muitas pessoas choram em funerais não só pela falta que vão sentir daquele que se foi, mas do que eles deixaram de fazer, de falar, ou daquilo que eles se arrependeram de fazer ou falar. O que fica não é só a saudade, mas o remorso daquele terrível sentimento: eu não deveria ter feito aquilo...eu não deveria ter falado isto...eu deveria ter sido um amigo/irmão/pai/mãe/primo/neto melhor.

Só que esse danada dessa culpa recheada com remorso não nos serve de nada! Aquele que partiu já nos perdoou está em outro plano que é aquém dessas "picuinhas".É preciso que nós nos perdoemos também. Como vi em um filme (Corajosos – já o citei aqui anteriormente), quando um pai perde sua filha e o pastor lhe aconselha: Você pode passar a vida toda lamentando  por Deus ter tirado sua filha de você ou pode agradecer a Ele pelo tempo que estiveram juntos!

É preciso ir em frente! Tem aquela frase: todo dia em sua vida faça algo arriscado! Para mim o arriscado é não comer chocolate um dia inteiro! Comer uma fruta de manhã. Ir a pé ao pilates, deixar de ser preguiçosa! Rs...!

Agora, no caso também, é deixar a cidade que moro há 5 anos e partir p/ o RJ! Cidade grande, outro mundo, outra realidade... tenho medo do trânsito, da violência, do calor...rs...! Mas, vou ter que enfrentar! Afinal, não tem outro jeito! 

É isso aí!
Bom resto de semana a todos!
Beijos!


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