domingo, 20 de janeiro de 2013

Dirigir


Esse simples verbo já me fez perder noites de sono e quase fazer xixi na calça. Sempre tive MUITO medo de dirigir. Dizem que isso é uma qualidade, pois significa que a pessoa é mais prudente. E normalmente, quem tem medo de dirigir é a mulher.

Os homens...ah eles! São superconfiantes, ágeis, espertos! Fazem baliza estupendamente e num minuto!
Enquanto nós, pobres mulheres, tudo por culpa da nossa “configuração” do cérebro, não temos tanta habilidade p/ manobrar, pois essa noção de espaço, eles tem melhor que a nossa. Aí eles se gabam dos 4 bilhões de neurônios a mais em relação a nós! (Dizem até que esses neurônios a menos que possuímos, é exatamente p/ nos fazer gostar deles...rs...! Piadinha feminista! Mas não podia perder a oportunidade!)

Desde pequenos eles montam pistas, fazem corridas com os pequenos ou grandes carrinhos, ou aqueles de rolimã, descendo a ladeira rua abaixo. Seja com controle remoto ou feito de latinha de refrigerante com tampas de garrafa como rodas, os futuros motoristas se imaginavam em alta velocidade, ultrapassando todos e ganhando o troféu de vencedor em cima do pódio.  
Admiravam o Ayrton Sena, Speed Racer, torciam por seus favoritos na corrida maluca, jogavam Mario Kart entre outros vídeos-games e fliperamas de corrida.
Desenhavam seus automóveis com suas cores favoritas, colocavam luzes, fogos saindo do cano de descarga. Ajudavam o pai encontrar uma vaga no estacionamento, ou empurrar o carro quando quebrava ou o melhor de tudo: ligavam o carro enquanto o pai tentava consertar! Era o céu ouvir o barulho do motor que você ligou!
Uns, na adolescência, até pegavam o carro escondido (normalmente sempre dava besteira) ou brigavam p/ aprender a dirigir logo!

Quarto de bebê do Arthur.
Acessórios de carrinhos feitos por mim!
Tudo de carrinhos!
Quando soubemos que estávamos grávidos, Gustavo já dizia que se fosse menino o quarto do Arthur seria do filme “Carros” da Disney Pixar. Se fosse menina, seria da Sininho (hoje chamada de Thinker Bell – qual é o problema com Sininho?). E assim foi!
O papel de parede cheio de poses do Relâmpago McQueen! Pois ele é apaixonaaado por carros! Tem coleção dede criança! Não liga p/ futebol (graças a Deus, pois eu odeio)! Adora ler revistas, assistir programas, exposições! Até eu aprendi a gostar e reparar nos carangos depois que começamos a namorar!

A vantagem de se ter um filho, é poder voltar a brincar com tudo e sem ter vergonha!
Arthur ganhou um autorama de Natal da dinda Belle , tio Léo e família...adivinha quem adorou o presente? O pai do Arthur!

Pois é...dizem até que nós mulheres não dirigimos bem por não brincarmos de carrinho quando criança! Eu discordo! Em primeiro lugar, porque a Barbie (ou o Ken) também tinham carro! E diga-se de passagem, era aqueles rabo de peixe, grande!
E em segundo lugar, não adianta brincar somente, tem que estar dentro do carro! Oras! Ou você acha que algum gigante vai pegar o seu automóvel e sair dirigindo-o por você?

E outra coisa, a maioria das perdas totais nos veículos e cometida por homens! Seguro é mais caro para homem, e dependendo da idade, mais caro ainda! Claro que existe muita mulher barbeira e sem noção, mas homem também, né? Eles são tão confiantes! Se acham os personagens de Velozes e Furiosos...pois é...sempre tem um motorista (personagem) que morre no filme! Rs...!

Então...quando fiz 20 anos em 2005, meus pais resolveram que eu deveria tirar carteira de motorista. Na época, morávamos em Brasília. Pesquisei preços e proximidade das auto-escolas até achar uma que gostasse. Fiz aquela semana de legislação e fui aprovada na prova teórica. Quando fui marcar as aulas práticas que começou o enrosco. Isso era em março. A escola tinha muitos alunos e poucos carros (era uma meleca!). Eu peguei o Ford Ka mais velho do DF, e sem direção hidráulica. Fora isso, eu estudava na UnB, transferida, primeiro semestre lá, ajeitando as disciplinas, tendo aulas de manhã, de tarde e de noite. Era um parto p/ encontrar um horário comum entre o instrutor e eu.

Resultado obviamente esperado: tomei pau na 1ª prova de direção! – Chorei, me senti a pessoa mais retardada do mundo!
Nessa época meu pai fazia um curso no exterior, quando ele retornou, me matriculou em outra auto-escola (muito melhor e mais organizada) p/ que eu fizesse algumas aulas práticas e enfim a prova. Ele saia comigo p/ treinar direção. E assim passei na 2ª tentativa!!! Eeeee!

Mas, não dirigi muito depois disso. A verdade é que eu me estressava muito, ficava muito nervosa com qualquer comentário. Até que cheguei ao ponto de não querer mais pegar no carro. Então, fiquei 2006 e 2007 sem dirigir.
PORTANTO, chegando em Pouso Alegre, em 2008, depois que perdi uma consulta por contra do atraso do ônibus, decidi que era hora de voltar ao volante. Gustavo contratou um professor de auto-escola p/ me guiar pela cidade, me ensinar a ter prática e perder o medo.

A 1ª vez que peguei o carro sozinha, eu rezei um terço antes de sair de casa e um terço durante o trajeto. Nós tínhamos sido noivos de uma festa junina e eu tinha alugado um vestido de noiva caipira numa loja e fui devolvê-lo. Eu tremia o tempo todo. Mas fiz o percurso calmamente e sem barbeiragem! Quando cheguei na porta de casa, liguei p/ Gustavo p/ avisar do meu feito!!! Dali pra frente, com muita prática, o medo foi diminuindo, a confiança aumentando!

A única coisa que eu não fazia era tirar o carro da garagem. Gustavo tirava-o antes de ir trabalhar e depois colocava de volta à noite. Quando ele não estava, pedia a um vizinho (moramos de aluguel no nosso 1º ano lá, em outro prédio). Em uma bela manhã de sol e muito frio, eu tinha que fazer várias coisas, mas estava congelando. Vi o carro e pensei: - Ah, Gustavo diz que é fácil tirar...então, vou tentar! – Eu nunca devia ter tentado! Só de passar a primeira a sair, eu SUBI...sim, subi com o carro na pilastra (em minha defesa, tinha um palmo de cada lado e depois pilastra dos dois lados, inclusive na rodas traseiras, garagem horrível e muito apertada! Era um Palio Fire, carinhosamente chamado de Tião, pois foi comprado no dia de São Sebastião.)

Quase me mijei ao ouvir o grande: RRRRRRRRROOOOOC na pilastra. Comecei a suar, mesmo com a temperatura na média dos 9 graus. E até hoje não sei e não lembro como saí da garagem! A mente apaga essas lembranças p/ não surtamos depois!

Lembro que fui fazer unha depois e manicure teve dificuldade com minha tremedeira!
Ao chegar em casa, pensei comigo: - Gustavo vai me matar! Vai ser nossa 1ª briga da história! Ele adora o carro!
Ele ia e vinha do trabalho a pé, pois o quartel era na rua de trás. Ele olhou p/ o carro de longe e pensou: 
- Ué, a Larissa pediu p/ alguém tirar o carro p/ ela? Mas, quando ele chegou perto e viu o estrago pensou: -Não, foi ela mesma quem tirou!
Ele subiu, abriu a porta de casa e eu estava debaixo de um pano de prato, envergonhada e pálida! Ele riu e disse: - Você tirou o carro da garagem! – Eu concordei e ele continuou: Sem problemas, seguro é p/ isso mesmo!

Fim do drama! Arranhou bem a porta dianteira do lado direito, teve de trocar inteira. Mas como dizem os superticiosos: o primeiro arranhão do carro é p/ tirar o mal olhado! (Não foi o 1º do carro, mas foi o meu 1º). E nunca mais tirei o carro daquela maldita garagem!
Também arranhei nosso carro atual na nossa antiga garagem. Raspei de leve na pilastra, mas nada sério! Esse foi realmente o 1º arranhão do Toni (Toni Tornado, nosso Astra Preto).

Enfim, escrevi toda essa ladainha p/ dizer que eu peguei o carro essa semana aqui no Rio! Um viva p/ mim! E hoje, especialmente, peguei a Avenida Brasil (Sempre me vem agora aquela musiquinha: Oioioioi...)!

Pois Gustavo está com torcicolo, queríamos ir ao Shopping, então eu fui dirigindo! Guiada por ele e pela Magda (nome do nosso GPS – sim, damos nome a tudo!). Pela primeira vez na vida passei a 4ª marcha! Rs...! Eu morava em interior, não tinha essa distância toda não!
Me senti orgulhosa!

Então, eu digo p/ as pessoas (principalmente as mulheres) que não dirigem por medo: o medo vai sumindo aos poucos. É bom que se tenha um pouco sim, pois é sinal de prudência. Mas dá uma liberdade! Pois depender de marido/mãe ou qualquer pessoa p/ levar a tudo, é danado! Quantas vezes Arthur ficou doente e eu estava sozinha, peguei o carro e me virei! Tem que ser assim! Tem que enfrentar! Ouvi gente dizer p/ mim: - Você vai pegar o carro no Rio???? Você não tem medo? – Respondo: - Tenho sim! MAS, preciso!

Já diz a frase: coragem não é a ausência de medo e sim enfrentá-lo!
Boa semana e fiquem com Deus!
Beijos!

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