terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Julgamento


Esses dias li o livro do Padre Antônio Maria – “Pescadores de Corações”. Foi uma mera coincidência. Estava na estante da casa da minha mãe, e eu comecei a ler o prefácio, folheá-lo e me interessei! Confesso que não o conhecia, nem seu trabalho, somente ouvira falar. E ele me conquistou! Carioca, de família simples, mas rica em amor. Doa sua vida aos outros e principalmente as crianças órfãs e/ou vítimas de abandono e provindas de famílias com problemas sociais. Alguém que se doa tanto por amor ao próximo, merece respeito certamente.

“Mudando” um pouco de assunto (mas vou chegar lá para unir esses dois “temas”), esses dias vi na internet uma notícia de uma menina canadense que cometeu suicídio aos 15 anos, chamada Amanda Todd. Quando ela tinha 12 anos ela apareceu nua a um imbecil na internet, que guardou suas fotos e ameaçou mostrá-la a família e amigos caso ela não se expusesse de novo para ele. (Eis o vídeo dela: http://www.youtube.com/watch?v=gikbgGOE5II). Ela não aceitou e assim ele fez. Ela foi ridicularizada pela escola, sofreu bullying, a família sofreu demais até que se mudaram de cidade. O idiota da ameaça voltou a persegui-la e assim fez novamente sua maldade. A garota foi espancada por sair com um garoto que tinha namorada, novamente sofreu perseguição, bullying e etc. Tentou se matar várias vezes até obter sucesso.

Fico bege ao saber que existe gente que acha que é melhor do que o outro a ponto de fazer sofrê-lo dessa forma. Imagina a dor desses pais, dos amigos e familiares ao ver essa vida tão jovem chegar ao fim. O maníaco da internet foi pego pela polícia, graças a Deus. Mas essa vida, já foi.

Depois, me peguei fazendo a mesma condenação da garota a outra pessoa. Não alguém próximo, mas famoso, a apresentadora e rainha dos baixinhos: Xuxa. Quando eu era criança, fiquei meio que traumatizada ao saber que ela tinha participado de filme pornô e havia posado nua. Lembro-me que não queria mais assisti-la e nem cantar suas músicas. E aquilo “acabou” com a imagem que eu tinha dela. Confesso que até a alguns meses atrás. Até que cheguei a seguinte conclusão: poxa...ela é humana, erra também. Tanto que se arrepende, tenta tirar de qualquer forma essas aparições. E todos (incluindo eu) caem em cima dela “atirando” pedra. E eu? Quantas vezes não errei também? Fiz meus pais, irmãos, familiares, amigos, marido, filho sofrerem e eles ainda assim perdoaram, deixaram no passado e me deram novas chances. Será que ela também não merece? Óbvio que sim. Se nem Jesus a condena, como não condenou a mulher pega em adultério (Jo 8, 1-11)

Quantas vezes somos vítimas de julgamento e olhares maldosos de gente que “pensávamos” que eram boas pessoas, de bom coração, que são “incapazes de fazer mal a um mosquito” e depois descobrimos que faziam pior do que nós?
A verdade é que tem gente que faz muito mal, mas só não é descoberto! Mas adora apontar o dedo enorme para o outro e julgá-lo.

E não era isso mesmo que eu estava fazendo a pobre mulher!
E depois, pensei comigo: Cara...essa mulher faz muito mais pelas crianças do que farei a minha vida toda. Ela apóia instituições de caridade, ajuda muita gente e diverte meu filho horrores. E eu, o que faço? Abro meu bocão para julgá-la sem nenhuma moral.

Foi exatamente o que aconteceu com a menina Amanda.
Quem somos nós para julgar? NINGUÉM!

O triste é que muitas vezes perdemos grandes oportunidades de amar pessoas novas, conhecê-las, mudar suas vidas e até salvá-las se olharmos para nossos erros ao invés de apontar o do outro.

Voltando ao Padre Antônio Maria, vejo muitas pessoas julgando padres e outros líderes das mais diversas religiões e crenças no mundo por suas palavras, sua vocação e até mesmo seu sucesso e popularidade. Eu pergunto: será que essas pessoas que julgam tanto, fazem pelos outros o que esses homens e mulheres fazem?
Fazem piadinhas com batinas, versículos da bíblia, artigos religiosos, dogmas e etc. E depois, colocam frases cheias de amor e ternura nas redes sociais! Que amor é esse que só sabe julgar sem conhecer? Mas e você? Faz o quê pelos outros?

Muitos (como eu) aclamam a atriz (lindíssima) e solidária Angelina Jolie, que tanto apóia causas nobres em favor dos outros mais necessitados! Mas muitos só sabem dizer “e ela é atéia”. Fulano de tal é religioso e faz isso e aquilo. Parece que o que destaca é o fato dela ser atéia e não a bondade dela em si. Como se o ateísmo fosse responsável por ela ter essa alma caridosa. Não é a falta de religião ou a religião em si que faz os outros bondosos. Como citei no post anterior, não é a religião que te faz melhor que alguém, ela tem que te fazer uma pessoa melhor. Se a pessoa escolhe não crer em Deus, escolha dela. Não cabe ninguém julgar.

Entretanto tenho visto gente sendo “perseguida” (para mim, esse é o termo correto) por ter uma crença! Estamos no século XXI, acho que já passou da hora de perseguirmos religiosos(as), aprisioná-los e colocá-los na fogueira por seguirem seus deuses e crenças. E se você age de acordo com a crença, é intolerante. Intolerância para mim é quem não aceita o outro como ele é, pode ser fator étnico, social, cultural e etc. Se você não aceita que seu amigo siga uma crença, você é intolerante. Deixe que ele siga o que quer! Claro que tem gente que quer que todos sigam o que ele “acha” estar certo, mas já comentei isso no post passado! Se não for esse o caso, combine o programa, a janta, o churrasco depois dele(a) sair do culto, missa, centro, templo e etc. Respeite!

Boa semana e fiquem com Deus!
Beijos!

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