Esses dias li o livro do Padre Antônio Maria – “Pescadores
de Corações”. Foi uma mera coincidência. Estava na estante da casa da minha mãe,
e eu comecei a ler o prefácio, folheá-lo e me interessei! Confesso que não o
conhecia, nem seu trabalho, somente ouvira falar. E ele me conquistou! Carioca,
de família simples, mas rica em
amor. Doa sua vida aos outros e principalmente as crianças órfãs
e/ou vítimas de abandono e provindas de famílias com problemas sociais. Alguém
que se doa tanto por amor ao próximo, merece respeito certamente.
“Mudando” um pouco de assunto (mas vou chegar lá para unir
esses dois “temas”), esses dias vi na internet uma notícia de uma menina
canadense que cometeu suicídio aos 15 anos, chamada Amanda Todd. Quando ela
tinha 12 anos ela apareceu nua a um imbecil na internet, que guardou suas fotos
e ameaçou mostrá-la a família e amigos caso ela não se expusesse de novo para
ele. (Eis o vídeo dela: http://www.youtube.com/watch?v=gikbgGOE5II).
Ela não aceitou e assim ele fez. Ela foi ridicularizada pela escola, sofreu
bullying, a família sofreu demais até que se mudaram de cidade. O idiota da
ameaça voltou a persegui-la e assim fez novamente sua maldade. A garota foi
espancada por sair com um garoto que tinha namorada, novamente sofreu perseguição,
bullying e etc. Tentou se matar várias vezes até obter sucesso.
Fico bege ao saber que existe gente que acha que é melhor do
que o outro a ponto de fazer sofrê-lo dessa forma. Imagina a dor desses pais,
dos amigos e familiares ao ver essa vida tão jovem chegar ao fim. O maníaco da
internet foi pego pela polícia, graças a Deus. Mas essa vida, já foi.
Depois, me peguei fazendo a mesma condenação da garota a
outra pessoa. Não alguém próximo, mas famoso, a apresentadora e rainha dos
baixinhos: Xuxa. Quando eu era criança, fiquei meio que traumatizada ao saber
que ela tinha participado de filme pornô e havia posado nua. Lembro-me que não
queria mais assisti-la e nem cantar suas músicas. E aquilo “acabou” com a
imagem que eu tinha dela. Confesso que até a alguns meses atrás. Até que
cheguei a seguinte conclusão: poxa...ela é humana, erra também. Tanto que se
arrepende, tenta tirar de qualquer forma essas aparições. E todos (incluindo
eu) caem em cima dela “atirando” pedra. E eu? Quantas vezes não errei também?
Fiz meus pais, irmãos, familiares, amigos, marido, filho sofrerem e eles ainda
assim perdoaram, deixaram no passado e me deram novas chances. Será que ela
também não merece? Óbvio que sim. Se nem Jesus a condena, como não
condenou a mulher pega em adultério (Jo 8, 1-11)
Quantas vezes somos vítimas de julgamento e olhares maldosos
de gente que “pensávamos” que eram boas pessoas, de bom coração, que são “incapazes
de fazer mal a um mosquito” e depois descobrimos que faziam pior do que nós?
A verdade é que tem gente que faz muito mal, mas só não é
descoberto! Mas adora apontar o dedo enorme para o outro e julgá-lo.
E não era isso mesmo que eu estava fazendo a pobre mulher!
E depois, pensei comigo: Cara...essa mulher faz muito mais
pelas crianças do que farei a minha vida toda. Ela apóia instituições de
caridade, ajuda muita gente e diverte meu filho horrores. E eu, o que faço?
Abro meu bocão para julgá-la sem nenhuma moral.
Foi exatamente o que aconteceu com a menina Amanda.
Quem somos nós para julgar? NINGUÉM!
O triste é que muitas vezes perdemos grandes oportunidades
de amar pessoas novas, conhecê-las, mudar suas vidas e até salvá-las se
olharmos para nossos erros ao invés de apontar o do outro.
Voltando ao Padre Antônio Maria, vejo muitas pessoas
julgando padres e outros líderes das mais diversas religiões e crenças no mundo
por suas palavras, sua vocação e até mesmo seu sucesso e popularidade. Eu
pergunto: será que essas pessoas que julgam tanto, fazem pelos outros o que
esses homens e mulheres fazem?
Fazem piadinhas com batinas, versículos da bíblia, artigos religiosos, dogmas e etc. E depois, colocam frases cheias de amor e ternura nas redes
sociais! Que amor é esse que só sabe julgar sem conhecer? Mas e você? Faz o quê
pelos outros?
Muitos (como eu) aclamam a atriz (lindíssima) e solidária
Angelina Jolie, que tanto apóia causas nobres em favor dos outros mais
necessitados! Mas muitos só sabem dizer “e ela é atéia”. Fulano de tal é religioso e faz isso e aquilo. Parece que o que
destaca é o fato dela ser atéia e não a bondade dela em si. Como se o ateísmo
fosse responsável por ela ter essa alma caridosa. Não é a falta de religião ou
a religião em si que faz os outros bondosos. Como citei no post anterior, não é
a religião que te faz melhor que alguém, ela tem que te fazer uma pessoa
melhor. Se a pessoa escolhe não crer em Deus, escolha dela. Não cabe ninguém
julgar.
Entretanto tenho visto gente sendo “perseguida” (para mim,
esse é o termo correto) por ter uma crença! Estamos no século XXI, acho que já
passou da hora de perseguirmos religiosos(as), aprisioná-los e colocá-los na
fogueira por seguirem seus deuses e crenças. E se você age de acordo com a
crença, é intolerante. Intolerância para mim é quem não aceita o outro como ele
é, pode ser fator étnico, social, cultural e etc. Se você não aceita que seu
amigo siga uma crença, você é intolerante. Deixe que ele siga o que quer! Claro
que tem gente que quer que todos sigam o que ele “acha” estar certo, mas já
comentei isso no post passado! Se não for esse o caso, combine o programa, a janta, o
churrasco depois dele(a) sair do culto, missa, centro, templo e etc. Respeite!
Boa semana e fiquem com Deus!
Beijos!
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