Coleira mochila

Estou vendo p/ meu filho a coleira mochila. Isso mesmo, coleira mochila! É um nome bonito p/ disfarçar: guia p/ crianças pequenas que não param quietas, soltam sua mão e correm p/ estacionamento e ruas perigosas!

A maioria das pessoas que é radicalmente contra o uso dessa mochilinha (vamos amenizar o nome) não tem filhos!

É o seguinte, galera que não tem filhos (mesmo aqueles que ainda não têm e pretendem ter): na prática a teoria é outra! – Guardem essa frase! Vocês vão usá-la muitas vezes!!!

Quando Arthur aparece com um galo na testa, um roxo no braço, qualquer coisa semelhante, sempre tem aquela pessoa que pergunta: -Mas como vocês não viram que ele ia cair? – Seguinte, filha...não dá tempo! Eles só têm uma velocidade, aquele botãozinho do DVD que passar p/ frente, sabe? O “fast forward”! Criança é nessa velocidade aí.

Quando dizem: - Mas como você não consegue dormir/tomar banho/comer/se vestir direito/fazer necessidades? Como assim não dá tempo?

Na minha cabeça eu respondo: - Espere até você ter os seus filhos!

Mas daí penso, que isso é apenas um lado! Que tem o lado super/hiper/mega/ultra maravilhosooo de ser mãe! E que só tem como saber quando nos tornamos mães!

Minha cunhada dizia: - Depois que você é mãe, nunca mais dorme direito. – Na época (eu grávida), não acreditei! – Como assim? É só deitar e dormir! E depois...paguei com a língua! Só quem é mamãe, sabecumé!

Ou aqueles papos: - A criança/bebê não pode dormir na cama de vocês! O casal tem que ter seu espaço! – Ok! Mas o que você faz quando um ser de apenas 1 metro vem te acordar às 5 ou às 6 da manhã?

Opção (a): Acorda com ele e brinca até ele se cansar e dormir e você ficar acesa, afinal, já acordou mesmo. E chega no fim do dia um bagaço total.

Opção (b): Põe a cria na cama e espera que ele acorde daqui umas 2 ou 3 horas p/ você se levantar e ter sua rotina louca e cheia normalmente.

(Pequeno parêntesis: Arthur dorme no seu quarto desde o dia que o trouxe da maternidade, mas de manhã cedinho, vem p/ a nossa cama.)

Eu dizia que nunca compararia meu filho com os outros. Afinal, sou “psicopedagoga”, sei que cada criança tem seu desenvolvimento, seu tempo de maturação...Blá, blá, blá!! Minha tia, também da área (porém psicóloga) disse que depois do seu filho nascer ela quase rasgou todos os seus diplomas! Ele contrariou tudo o que ela estudara! E é mais ou menos por aí!

Arthur só engatinhou aos 9 meses e andou com 1 ano e 2 meses. E eu vivia perguntando quando os filhos dos outros chegaram a cada estágio. Ele está largando as fraldas agora (tem 3 meses já), a cada xixi no chão, me pergunto se nunca vai acabar! Afinal, vários filhos de amigos meus já estão sem fraldas há tempos. Eu sei, eu sei...é o tempo de cada um!

Eu aplico o cantinho de pensar aqui em casa, p/ evitar dar palmadas por qualquer coisa. Estudei, sei que o melhor é castigo e tal. Mas volta e meia, sai um tapinha.

Enfim...

Quando seu filho, descer da cadeirinha do carro e correr p/ a rua ou estacionamento de um shopping e você ter que correr atrás que nem louco, você vai desejar ter essa prática mochilinha p/ conter seu pequeno. Pois, afinal, ele parece um ratinho fugindo de você. A cada 3 passos correndo que você dá, ele já deu 10! E p/ se evitar uma tragédia, vale o julgamento e olhares estupefatos alheios.

E pais que não precisam correr atrás dos filhos, é porque não cuidam deles, não é mesmo? Largam o dia todo na creche/escola, com a babá, com os avós/tios/primos/qualquer vítima que tenha pena de deixar sozinha a criança largada pelos "pais". Esses que se ausentam dessa “aventura” que ir ao shopping, supermercados e passeios diversos não precisam mesmo dela!

Como diz aquela frase: é melhor ser julgado por 5 do que carregado por 6!

Então prefiro ver meu filho “acorrentado”, preso numa guia, ou sutilmente, a uma mochila bonitinha! (Podem escolher o termo que mais lhe agrada). Do que ver uma tragédia! (Nem consigo escrever o que pensei...vê-lo...sabe? Vê-lo no céu...por assim dizer. Nem quero imaginar)

E quem conhece meu pequeno arteirinho, sabe que ele só tem duas velocidades: ponto morto: dormindo. Ligado no 220W, na 5ª marcha! Ele não pára!!! Como muitas crianças!

Graças a Deus, ele tem energia, saúde e alegria de sobra!

E vai adorar a nova mochilinha! Até ele ver que ela vai segurá-la quando ele quiser correr....RÁRÁRÁRÁ! (Nesse momento, leiam essa risadinha como aquelas risadas maléficas de vilões em desenhos animados!)

Mas ele é a coisa mais fofa da mamãe! Tão fofo...tão carinhoso! Vive me abraçando, me beijando o tempo todo! Dizendo: Mamãe! Mamãe bonita! Mamãe, “chiamo” (te amo!)! Qué bezo (beijo) da mamãe! Dá “abaço”, mamãe! “Gotoso” bezo/ábaco da mamãe!

Ele não é irresistível? Foi eu quem fiz! (O Gustavo também, claro!)

Boa semana a todos!